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“É Hora de Cuidar” tratou do manejo para combate de pragas e doenças da cultura da soja

 

A região do Vale do Araguaia recebeu nesta semana a edição do “É Hora de Cuidar”, um evento da Fundação MT, que contou com palestras sobre dessecação da soja, manejo de pragas na cultura da soja e manejo de nematoides. Em Confresa-MT foi na segunda-feira (02/12), e em Querência-MT e Canarana-MT na terça-feira (03/12). A AGRNotícias acompanhou a edição em Canarana, que aconteceu no plenário da Câmara Municipal e teve a participação de produtores rurais e engenheiros agrônomos.

Na ocasião, a pesquisadora Rosangela Silva, falou sobre nematoides. Nas últimas três safras, devido ao volume menor de chuvas no Mato Grosso na média, a maioria das pragas e doenças não tiveram grande incidência nas lavouras. Com isso, os nematoides tem chamado a atenção no quesito prejuízo. Uma vez que a área está infestada com nematoides, não há como eliminar a praga, mas tem como controlar. “Os produtores que estão colhendo 80 sacas de soja por hectare, é porque estão conseguindo conviver bem com os nematoides. Ele é como um sócio, toda vez que eu trabalho menos, ele ganha mais. Se eu plantei uma variedade resistente, vou colocar uma cobertura de entressafra que é uma não multiplicadora ou mau hospedeira, agrego uma ferramenta biológica ou química nessa cobertura para ajudar ainda mais no manejo, depois eu volto com a soja”, falou.

Conforme a nematologista, em algumas áreas no estado os nematoides tem causando grandes prejuízos. “Temos conhecimento de algumas áreas em que o produtor tem que deixar de plantar soja e algodão por mais de dois anos. Em algumas áreas mais arenosas, onde o produtor colhia 60 sacas de soja, passou a colher 20 por causa dos nematoides. Em Porto Alegre do Norte-MT [região do Vale do Araguaia], na safra passada um produtor colheu 35 sacas de soja por hectare por causa de pratilenchus braquiurus”, falou Rosangela.

Além dos nematoides, o evento contou com outras palestras sobre pragas e doenças. A pesquisadora Lucia Vivian, disse que a ferrugem ainda continua sendo um dos maiores problemas, mas a spodoptera frugiperda tem surgido com potencial para causar grandes estragos nos próximos anos. “A ferrugem continua sendo um problema. Em algumas regiões a mancha alvo e a antracnose tem sido até um problema maior. Mas vemos que a spodoptera frugiperda tem preocupado bastante, porque está aumentando muito a população; Praticamente se mantém em todas as culturas, desde soja, milho, algodão, brachiaria, milheto, tendo uma susceptibilidade um pouquinho menor em relação aos outros insetos para as toxinas BT, conseguindo evoluir uma resistência mais rápido que as outras espécies, o que acaba ocasionando um grande problema”, disse a entomologista.

Gergelim

A região do Médio Araguaia é a maior produtora de gergelim do Brasil. Além de ser uma boa cultura alternativa na busca por rentabilidade, o gergelim também auxilia no combate aos nematoides. “Para o nematoide de cisto é uma excelente opção para manejo, para o pratilenchus braquiurus é uma planta mal hospedeira, o que significa que não multiplica muito, mas o problema é para os nematoides de galhas que multiplica no gergelim. É uma cultura interessante, mas depende de qual nematoide que eu tenho”, disse Rosangela Silva.

Ainda conforme a nematologista, o gergelim também descompacta o solo e deixa diversos nutrientes no sistema. “Além do gergelim ter o sistema radicular bem desenvolvido que ajuda na descompactação, ela também fornece nutrientes no sistema, entre eles o nitrogênio, o que pode aumentar, inclusive, a produtividade de soja no ciclo seguinte”.

Por AGRNotícias.

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