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Resultado das lavouras de soja na safra 19/20 no Médio Vale permanece incerto

A máxima diz que ser agricultor é colocar dinheiro no chão e rezar para chover. Na prática, ser agricultor é hoje uma profissão muito mais complexa. Demanda conhecimento, técnica, investimento e é claro, trabalho. Contudo, da máxima acima, permanece uma constante: a necessidade de chuva.

Conforme dados do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), na estação localizada no interior de Canarana-MT, o acumulado no segundo semestre de 2019, de setembro a novembro, somou 274,8 mm. Em 2018 o acumulado era de 328,8mm. Na estação de Nova Xavantina-MT, o acumulado foi de 336,2 mm, contra 603,1 mm de 2018. Essa diminuição no índice pluviométrico no período de plantio da soja da safra 19/20 foi a principal reclamação dos produtores do Médio Araguaia matogrossense, que deixa o cenário geral na colheita, incerto.

Em Querência – MT, o produtor rural Samoil Ivanoff cultiva 2.500 ha do grão à 126 km da sede do município, sentido “Mata Linda”. Para ele, no município são perceptíveis várias realidades diferentes, reflexo da precipitação de chuvas de forma desparelha. “Na minha propriedade, final de setembro, início de outubro, foi meio seco. Depois alinhou! {…} Agora, dezembro, está menos do que o necessário, mas creio eu que ainda não tem perdas. Mas, para propriedades do lado de Ribeirão Cascalheira – MT e Canarana, está mais complicado e já há relatos de perda, com chuvas abaixo do necessário”, afirma.

De fato, em Canarana, o produtor Mateus Goldoni, que cultiva 200ha na região próxima a “Serrinha”, afirma que a situação “está complicada. A soja nasceu com pouca chuva. {..} Nossa região aqui, até agora não temos ainda 300mm de chuva acumulada e sojas mais velhas já estão enchendo o grão. Comparando, ano passado, em outubro quando semeamos a soja, já tínhamos 450 mm de chuvas caída.”

Em dezembro, o índice pluviométrico aumentou. Conforme dados do Inmet, na Estação de Canarana foram registrados somente até o dia 18, acumulado de 180,1 mm. Todavia, novamente como índice de disparidade, na estação de Nova Xavantina (à 180 km), o acumulado até então foi de 119 mm.

Previsão para a Segunda Safra

Em Querência, Samoil Ivanoff, diz que “pela data do plantio de soja, minha colheita deve rodar a partir do dia 13 de janeiro até no máximo dia 12 de fevereiro. É uma janela especial”, que favorece o cultivo do milho na região. O produtor mostra os reflexos das chuvas desparelhas quando afirma que no município “há regiões que não estão da mesma maneira. No geral está um pouquinho mais atrasado que o normal. Vai depender agora das chuvas nesse período até a colheita da soja”.

Para o produtor Mateus Goldoni, em Canarana, não há a perspectiva de cultivar milho e sim Gergelim e Melancia. O produtor afirma que no município existem propriedades com bom desenvolvimento, enquanto outras próximas já há perspectiva de perdas. “Quem plantou cedo aqui, perdeu, teve replantes aqui.  Quem esperou para plantar, já teve déficit”, afirmou Matheus, que concluiu dizendo: “Tem produtores que já vão começar colher aqui por perto em janeiro e a soja nasceu, cresceu, vegetou e vai amadurecer com menos da metade da chuva do ano passado.” 

A previsão, é que até o final do ano, em Canarana chovam ainda mais de 70 mm, índice esperado também em Àgua Boa. Em Querência a previsão é de 80 mm até o dia 31/12.

Por AGRNotícias. Foto: AGR.

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