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Produtor de tomate de Àgua Boa não encontra mercado e pode perder 17 mil kg da fruta

Em tempos de coronavírus, quando o agronegócio é o único setor que cresce, infelizmente, a agricultura familiar sofre revés. Assim é a história de Manoel Moreno de Mello, produtor rural do município de Água Boa – MT. Ele investiu no plantio de cerca de duas mil mudas de tomate, em uma terra arrendada na região de chácaras ´no município.

Manoel fornecia tomate para a merenda escolar de escolas da região, porém com o coronavírus, a entrega do produto não se concretizou. Como agravante da situação, a Feira do Pequeno Produtor de Água Boa também ficou parada por algumas semanas, em decorrência das medidas protetivas, estabelecidas por Decreto Municipal. Mesmo depois que a feira recomeçou a operar, o movimento ainda é bem menor aos domingos.

Esses fatores causaram queda nas vendas do tomate. Manoel disse que tem a pronta entrega até 800 caixas de tomate no ciclo do tomate, que dura até 120 dias. Cada caixa tem 22 quilos. Os tomates tipo saladete são de ótima qualidade, garante o produtor. Ele também pensa em ampliar os tipos de tomate para atender a todos os gostos. A produção local gera emprego e renda familiar. Ele e a esposa é quem trabalham na horta.

Agricultura Familiar

Produtor de Tomates, Manoel de Mello.

Produtor de Tomates, Manoel de Mello.

A família vive em Água Boa e investe o lucro na cidade. Porém, com a pandemia, Manoel teme pelo destino dos tomates. “Se eu não encontrar mercado logo, não farei nem a colheita para não perder mão de obra. Os tomates vão apodrecer ali mesmo onde foram plantados”, declarou ele.

O investimento na plantação custou só de sementes, cerca de R$ 600,00. Depois disso, tem a própria mão de obra de preparo da terra, semeadura, cuidados de manuseio, irrigação, aplicação de defensivos agrícolas, até a colheita. Manoel faz questão de ressaltar que na época da seca são aplicados poucos produtos, deixando o tomate com uma excelente qualidade para consumo humano.

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O grande desafio que ele nunca pensou enfrentar é colocar o produto no mercado. Manoel disse que fez alguns contatos, mas os compradores locais preferem buscar o produto em Goiânia.  Faz 3 semanas que os tomateiros estão produzindo e mediante a baixa procura, a esperança de colocar o produto nos mercados vai caindo.

O investimento na lavoura foi alto para viabilizar uma boa produção.

O investimento na lavoura foi alto para viabilizar uma boa produção.

Geralmente os compradores preferem um tomate ‘de vez’, que ainda não amadureceu, para que o tempo possa auxiliar na conservação até a venda. Antes da pandemia, Manoel vendia até 200 quilos de tomate na Feira do Produtor. Hoje, não passa de 50 quilos.

No total, ele estima produzir mais de 17 mil quilos do produto. “Tudo pode ir por água abaixo”, afirmou ele. No caso de Manoel Mello, alguns tomates já estão maduros, e as chances de venda são bem inferiores.

Em caso de negociações, para fazer contato com o produtor, Manoel deixa o telefone (WhatsApp) 66-9.9714-4153.

Por Inácio Roberto, para a AGRNotícias.

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