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Mulheres como protagonistas no campo – Dinetec 2020 trará enfoque especial sobre o tema

 

O Dinetec 2020, maior feira de tecnologias do agro do Vale do Araguaia, trará debates sobre temas importantes ao agronegócio e diversas novidades sobre novas técnicas e tecnologias para o campo. O evento, que acontece entre 15 e 17 de janeiro em Canarana-MT, terá em sua  programação a palestra “Seja Protagonista de Sua História”, com Lucilei Carvalho, Fundadora da LegadoRH Consultoria e Mentoring, com entrada gratuita.

A AGRNotícias entrevistou Lucilei, que contou um pouco do que será tratado em sua palestra. Ela é filha de pequenos produtores, casada com um agrônomo e também enfrentou diversas dificuldades para crescer no meio do agro, principalmente por ser mulher, num mundo praticamente 100% masculino. 

Lucilei Carvalho, Fundadora
da LegadoRH Consultoria e Mentoring

AGR – Nos fale um pouco sobre a sua empresa:

LUCILEI – A LegadoRH nasceu com o propósito de desenvolver pessoas e organizações para construírem histórias de Sucesso. Trabalha há 25 anos em Gestão de Pessoas, Liderança e Agronegócio, contribuindo de forma relevante com empresas do agronegócio.

AGR – O agro tem uma predominância masculina. A mulher está ocupando mais espaço neste setor?

LUCILEI – O agro sempre foi um ambiente predominantemente masculino e nos últimos anos a mulher tem buscado o seu espaço através de muito trabalho e dedicação. Penso que este complemento só fortalece o nosso setor e, como mulher atuante no agro, creio que aliar as competências do homem e da mulher trará melhores resultados para as empresas, pois ‘juntos somos mais fortes’.

AGR – Quais eram os maiores empecilhos e o que está motivando a mulher a trabalhar no agro?

LUCILEI – No passado as mulheres eram rotuladas como o ‘sexo frágil’, existia o paradigma de que o mercado de trabalho era para o homem e que a mulher deveria cuidar da família. A busca pela realização, pelo desejo de fazer a diferença, encorajou muitas mulheres a vencerem o preconceito e lutarem pela oportunidade profissional, buscando qualificação para conquistar o seu espaço. 

No agro não foi diferente, as mulheres que atuam dentro e fora da porteira entenderam que podem conciliar os papéis de mãe, esposa e profissional e, com engajamento e determinação, fazer a diferença. Hoje muitos são os movimentos em prol da força da mulher no agro e, muito embora ainda exista desigualdades e preconceitos, o mercado entendeu que a mulher traz diferencial competitivo. 

Atuo na área de gestão de pessoas e percebo que a mulher imprime fortemente competências ligadas ao empreendedorismo e gestão de pessoas, o que poderá alavancar positivamente os resultados de uma empresa, pois os homens que atuam no agro estão mais focados no campo e no âmbito comercial. A pesquisa realizada pelo IPESO, reforça o nosso olhar quanto ao perfil da mulher do agro, pois o resultado mostrou que as mulheres se interessam pela área de gestão de pessoas, gestão empresarial e finanças. 

Um outro estudo recente encomendado pela Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), revela que as mulheres que atuam nos mais diversos setores do agro, demonstram potencial de liderança, gestão e empreendedorismo. Mostra que “as mulheres são gestoras competentes, trabalhadoras motivadas, resilientes e querem ir mais longe. São conciliadoras e transitam entre o campo e a cidade com a mesma facilidade que harmonizam a carreira e a família”. 

Em suma, a mulher veio para ficar e para fazer a diferença no agronegócio brasileiro.

AGR – A sucessão familiar é hoje um desafio para as famílias de produtores rurais. Como fazer os homens, ou mulheres, a decidirem atuar no campo? 

LUCILEI – Os projetos de sucessão vem ganhando força no meio rural. Hoje vemos um movimento positivo das famílias em prol da profissionalização do seu negócio, inclusive, muitos de nossos clientes buscam o trabalho da LegadoRH Consultoria para conduzirmos a profissionalização e sucessão da empresa.

Atualmente, muitas propriedades já trabalham com sistemas de gestão e vem buscando entender o perfil dos filhos e de seus gestores para capacitá-los, desenvolvê-los e aculturá-los. A realização deste trabalho, garante ao produtor rural no momento de passar o bastão, a segurança de que seu negócio estará sendo conduzido por profissionais e/ou filhos competentes e capacitados, que darão continuidade ao seu sonho, garantindo assim a perpetuidade do seu negócio.

AGR – Como você enxerga o futuro do agro e da mulher no agro?

LUCILEI – O agro move o mundo. Até 2050 teremos que alimentar 10 bilhões de pessoas. 

Hoje o agro é responsável por quase 25% do PIB e por 44% das exportações brasileiras, ou seja, é o setor que fomenta a economia do nosso país. Diante deste cenário e com mercado altamente competitivo, meu olhar é bastante otimista quanto ao futuro da mulher no agro, visto que precisarão de profissionais com alta capacidade de gestão, inovadores, engajados, resilientes e com forte desejo de entrega e, pela minha experiência profissional e pesquisas que acompanho, este é o perfil das mulheres do agronegócio brasileiro.

Elas estão se capacitando, se reinventando e unindo forças na conquista do seu lugar no mercado de trabalho. Penso que as organizações só têm a ganhar ao absorver a mulher em seu negócio e/ou na sucessão de sua empresa. 

Nós mulheres que atuamos no agro, seja dentro ou fora da porteira, entendemos o que é sororidade e, estamos vivendo este conceito diariamente!

Protagonismo das mulheres no agro

No último dia 07, a AGRNotícias trouxe uma matéria com uma agropecuarista de 23 anos que mora em Canarana, Lucilene Signorini, que você pode conferir neste Aqui

AGRNotícias; Fotos – Lucilei Carvalho.

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