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Matogrossense desenvolve veículo de monitoramento de pragas nas lavouras

Protótipo de Veículo.

Cada vez mais, nas lavouras de todo o País, a agricultura de precisão começa a se fazer presente. O propósito é usar de tecnologia avançada para avaliar e acompanhar de maneira precisa a lavoura, sob todos os aspectos, uma demanda cada vez maior dos produtores. Na última década, o uso de drones para monitoramento aéreo das lavouras, principalmente quanto ao aparecimento de pragas, foi de encontro à essa demanda. Um mato-grossense, contudo, com apenas 17 anos, pensou mais a frente, no monitoramento terrestre, de forma autônoma e sustentável.

Willyan Arruda, natural de Várzea Grande-MT e que, até 2018, morava em Porto Alegre do Norte-MT, criou um protótipo de veículo terrestre para monitoramento das lavouras, principalmente de soja, que de forma remota ou autônoma, percorre as linhas de cultivo e, por baixo das plantas, é capaz de capturar imagens em alta definição, ajudando os produtores a identificarem pragas e prováveis deficiências da planta.

Wilyan começou a desenvolver o protótipo em 2017 como projeto científico do curso de Técnico em Agroindústria, do IFMT (Instituto Federal de Mato Grosso) do campus de Confresa-MT (a 30 km de “Porto Alegre), sob orientação da professora Gislane Maia. “O protótipo surgiu para suprir uma necessidade. Um equipamento voltado para a agricultura de precisão, que pudesse contribuir para a agricultura. Eu sempre quis saber como as coisas funcionavam e entender aquilo que eu não conseguia e o que me inspirou foi o lugar em que eu vivo, no Mato Grosso, onde a gente respira agricultura”, afirma Willyan em entrevista para a AGRNotícias.

Willyan apresenta o projeto ao lado da orientadora Gislane Maia.

O veículo

O veículo funciona por meio de monitoramento remoto ou de forma autônoma, em rota definida por GPS. O desenho, conforme Willyan, é para melhor adaptação para os terrenos da lavoura. Ele é elétrico, com um painel com placa fotovoltaica que se auto carrega. Possui rodas com motores individuais, com formato e materiais adaptados para terrenos acidentados. Possui autonomia de três horas, rodando a até cinco quilômetros por hora, numa distância entre 2 a 5 km do operador, dependendo do relevo.

O maior diferencial, conforme o estudante salienta, é que, os drones fornecem imagem superior das plantas, enquanto seu protótipo, percorre a lavoura e fornece imagens da parte inferior delas. Foram realizados testes em lavouras de soja e uma demonstração do protótipo para alunos do curso técnico do IFMT de Confresa. “O protótipo não vem para tirar parte do trabalho do técnico, mais ajudá-lo no desempenho do seu trabalho, visando obter resultados mais precisos, para evitar perdas na lavoura”, salienta Willyan.

Próximos Passos

O estudante atualmente mora em Palmas-TO, onde cursa Ciências da Computação na UFT (Universidade Federal do Tocantins). Os planos para os próximos anos são desenvolver mais pesquisas, diminuir o custo de produção do veículo e torná-lo acessível para produção em escala.

“A ideia é usá-lo em qualquer tipo de lavoura, embora seja focado para soja. Pretendo e procuro uma empresa que ajude no desenvolvimento de pesquisas. Que possa investir na ideia. Seria gratificante ver um produto que a gente criou se tornando uma ferramenta para o produtor. A  agricultura é uma área enorme de oportunidades. Com um pouco mais de pesquisa, é possível agregar cada vez mais para a área”, concluiu.

Por AGRNotícias, Lavousier Machry.

Fotos: Wyllian Arruda.

 

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