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´Sem o paraquat, custo da lavoura vai dobrar´, diz Aprosoja Brasil

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As consequências para a agricultura brasileira com a proibição do paraquat foram tema do primeiro programa Direto ao Ponto de agosto, que foi ao ar neste domingo(02/08) no Canal Rural. Há pouco mais mês do prazo limite da resolução (RDC 177) da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) , o setor produtivo e a indústria de defensivos fazem o apelo final ao órgão governamental dos efeitos negativos dessa suspensão para a produção de alimentos e a economia do país. A resolução determina a paralisação, a partir de 22 de setembro, da fabricação, distribuição e comercialização do herbicida usado no manejo de culturas, como soja, milho e algodão.

“Segundo a Embrapa, o impacto disso seria dobrar o custo hoje das lavouras que utilizam o paraquat”,  alertou o diretor executivo a Aprosoja Brasil, Fabrício Rosa, nosso entrevistado da semana.

Além do levantamento da empresa pública de pesquisa, Rosa citou estudo da consultoria MBAgro que mensurou um gasto extra inicial de R$ 450 milhões por ano com a retirada do produto. O executivo da Aprosoja Brasil reforçou que esses prejuízos afetariam toda a cadeia produtiva e, portanto, a economia do país. O mesmo estudo mostra impacto de R$ 27 bilhões no Valor Bruto da Produção, R$ 4,7 bilhões em arrecadação de impostos e 2 milhões de empregos.

Fabrício Rosa vai além. “No caso de culturas perenes, você teria um aumento de custo com outros produtos de mais de 200%, a dissecação aumentaria em torno de 60% e no manejo com plantio direto em torno de 40%”.

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Conforme o dirigente da Aprosoja Brasil, a eficiência no controle de algumas ervas daninhas cairia mais de 30%. É o caso do capim amargoso, que teria eficiência reduzida em 54% e a buva com queda de 30%. “É impensável para a agricultura brasileira você trabalhar hoje sem o paraquat”, pontuou.

Rosa lembrou que esses efeitos ocorrerão porque o paraquat é um produto genérico, de alta eficiência e de difícil substituição. O herbicida reduz os custos de produção e possibilita o plantio direto na palha – sistema de produção sustentável que evita a erosão do solo e facilita a rotação de culturas.

Por isso, a proibição do produto vai reduzir a competitividade da agricultura brasileira. Na prática, o paraquat ajuda a padronizar os grãos, reduz o tempo da colheita e ainda permite o plantio do milho de segunda safra. “Dentro dessa dobradinha típica da agricultura tropical brasileira, única no mundo, que foi uma grande revolução na produção de alimentos, o paraquat é ferramenta essencial”, destacou Fabrício.

Apesar do prazo apertado, Rosa ainda acredita que a Agência pode reverter a decisão e atender ao pedido setor de prorrogar o uso do produto até 2021. “Nós fizemos o dever de casa. Acredito que as chances estão ao nosso favor pela prorrogação do uso do paraquat.”

O diretor da Aprosoja Brasil afirmou que uma força-tarefa da indústria e do setor encomendou novos estudos sobre os efeitos do paraquat. Um deles é um biomonitoramento com aplicadores do produto para mensurar resíduos do herbicida no sangue e na urina. Rosa explicou que as conclusões desses estudos já eram para ter sido entregues a Anvisa, porém, a pandemia atrasou o fechamento dos trabalhos.  Por isso, extensão do prazo é necessária, atestou Fabrício Rosa.

Fonte e matéria completa: Canal Rural.

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