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Opinião – O caminho do calcário: da extração à mesa – Por Fabíola Karen

Uma mesa posta, além de sinal de fartura, saúde e qualidade de vida, também representa o final de um longo processo de produção que envolve logística e tecnologia. Para alimentos como soja, milho e até mesmo o leite, a produção começa a partir do cuidado com o solo com um insumo básico: o calcário. Você sabe o que é o calcário e como é produzido? E como ocorre o processo de calagem?

Para alimentos como soja, milho e até mesmo o leite, a produção começa a partir do cuidado com o solo com um insumo básico: o calcário.

Calcário extraído no Médio Araguaia; Foto – AGR.

O calcário é um mineral extraído de pedreiras, em sua maioria a céu aberto, em pequenas áreas de terra. A primeira etapa do processo de produção do insumo é a análise dos recursos naturais e econômicos. Há um estudo da presença do mineral, a quantidade, a qualidade e a viabilidade financeira e ambiental para a extração.

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Localizadas as rochas, inicia-se o processo de descobertura do solo, com a retirada de uma camada de terra e barro. Assim que as rochas estão expostas, são feitos furos onde detonadores são instalados para que ocorra a explosão e o mineral possa ser extraído. Assim, posteriormente, as rochas são carregadas até a indústria, onde passarão pelo processo de britagem, serão peneiradas e moídas, sendo assim transformadas em pó.

Todo esse passo a passo da extração do mineral é intenso nesta época do ano em regiões como Mato Grosso, forte demandante do insumo dados os recordes de produção do Agro. No Estado, o ritmo de trabalho nas mais de 30 fábricas instaladas é forte. Máquinas e pessoas mobilizadas, caminhões carregados para levar até as lavouras um grande aliado da produtividade.

O processo de calagem é amplamente utilizado nos solos brasileiros, ácidos na maior porção de sua extensão, incluindo Mato Grosso e outros grandes polos agrícolas. De acordo com a Associação Brasileira dos Produtores de Calcário Agrícola, a Abracal, cerca de dois terços da área cultivável do país necessitam desse processo de correção da acidez, que consiste na neutralização do alumínio do solo, proporcionando mais cálcio, magnésio, equilibrando o ph do solo e aumentando a disponibilidade de nutriente para as plantas.

A partir de estudos do solo da área que será preparada para o cultivo ou semeadura (a depender da cultura), o calcário será incorporado. Importante salientar que, devido ao baixo índice de solubilidade em água e a baixa mobilidade do solo, é necessário que o insumo seja aplicado com antecedência.

Além de benefícios às plantas, a calagem influencia diretamente na alta da produtividade do solo, pois uma terra bem corrigida propicia o ambiente ideal para o desenvolvimento, tamanho das plantas e na qualidade do produto, de grãos mais encorpados, espigas mais cheias a pastos mais viçosos.

* Por Fabíola Karen – Íntegra Comunicação Estratégica.

*As opiniões expressas pelos colunistas não refletem a opinião da AGRNotícias, sendo o autor do texto, responsável pelo conteúdo.

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